O Museo Nazionale Preistorico Etnografico “L. Pigorini” foi fundado em 1881 e situa-se na Itália, em Roma. Seu acervo africano e de natureza etnológica, e conhecido por ter sido formado majoritariamente por coleções de artefatos e objetos do período de reconhecimento e exploração do Continente, em que se inclui aqueles encomendados a viajantes e oriundos dos chamados “gabinetes de curiosidades” surgidos a partir do século XV.
Deixando os dados relativos ao acervo propriamente dito e a sua curadoria para serem descritos nos itens que se seguem, cabe introduzir aqui algo sobre o atual espaço público do Museu.
Primeiramente, encontra-se em um suntuoso complexo pós-modernista da arquitetura metropolitana italiana, associada ao fascismo – no bairro E.U.R., periférico ao centro de Roma, e extremamente diferente e distante da antiguidade que o núcleo do plano urbano da cidade transpira e inspira.
Na aproximação do prédio em que está instalado, junto de dois outros museus nacionais, o Museu Pigorini mostra sua fachada, já sinalizando nela, em banners de grandes dimensões, peças de seu acervo que representam produções renomadas da “arte africana”, elas mesmas reconhecidas pelo seu valor histórico-documental .
A sala “África” de exposição, que pode ser vista em detalhes nos filmes disponíveis nesta ficha, encontra-se no primeiro piso (FIG. 1). Esse piso é dedicado à exposição do acervo etnológico, lembrando que não e tem conhecimento de peças africanas de origem arqueológica conservadas neste Museu.
Na ala da direita do primeiro andar do prédio, adiante da sala “Oceania”, e de frente para a sala “América” que fica na ala esquerda. Ambas as alas, separadas por um vão central (FIG. 2), são precedidas por um grande hall de acesso, ao qual se chega por uma larga e longa escada de mármore a partir do térreo (FIG. 3).
O térreo, como os andares, é de um pé-direto altíssimo em que se situa, de um lado, a recepção (à direita de quem entra no prédio) e, do outro, a livraria do Museu (FIGS. 4-5).
Lá em cima, há outras repartições além das salas “África”, “América” e “Oceania” que são reservadas a atividades internas de administração e pesquisa. Mas têm-se, também, exposições temporárias e eventos que são abrigados no hall comum e nas alas laterais do andar.
Desde 2007, este Museu participa do programa READ-ME, Réseau européen des Associations de Diasporas & Musées d’Ethnographie, com o projeto “[S]oggetti migranti: dietro le cose le persone”, junto ao qual foi gerada a exposição temporária de 01/8/2012 a 16/6/2013 (cf. link). Repare que o título em italiano vem da superposição de soggetti (sujeitos/pessoas, tema/assunto) com oggetti, ficando a tradução em português do título do projeto: “Sujeitos]objetos migrantes: atrás da coisa, a pessoa”. Além do Pigorini, que nesta segunda experiência desempenha o papel de líder, READ-ME [2] envolveu mais três museus: Musée Royal de l'Afrique Centrale (Tervuren, Bélgica), Musée du Quai Branly (Paris, França), Museu für Völkerkunde de Viena.
Frase: (...) Era qui necessario separare innanzi tutto le antichità di una delle età primitive da quelle dell’altra; appresso per ogni età classificare gli oggetti topograficamente o geograficamente, premettendo gli italiani a quelli esteri. In seguito occorreranno altre suddivisioni, che meglio rispondano alle conclusioni della scienza, ma nel porvi mano importa che il materiale scientifico aumenti, e sia quindi necessaria e possibile più completa classificazione (Luigi Pigorini, Prima relazione di Luigi Pigorini a S.E il Ministro della Pubblica Istruzione (Bollettino Ufficiale del Ministero P.I. 1881, p. 488 segg.).
Cf. https://www.museocivilta.beniculturali.it/sezioni/museo-preistorico-etnografico-pigorini.html
DADOS QUANTITATIVOS DO ACERVO:
PEÇAS DO ACERVO DO MAE/USP RELACIONADAS AO ACERVO DO MUSEU PIGORINI POR SIMILARIDADE E/OU PROCEDÊNCIA: (arquivo JPEG)
PEÇAS SIMILARES ÀS DO ACERVO DO MUSEU PIGORINI EM OUTROS MUSEUS E INSTITUIÇÕES: (arquivo JPEG)
BIBLIOGRAFIA E REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
MATERIAL DISPONÍVEL NA WEB:
1) Site institucional:https://www.museocivilta.beniculturali.it/sezioni/museo-preistorico-etnografico-pigorini.html
FICHA TÉCNICA: 2012. Produção de vídeo: Projeto Juventude Cultural. Câmera e fotografia: Revolta Livio. Edição, direção musical e seleção: Serena Ludovici, Voiceover Patrizi de Mari. Licença padrão do YouTube.
2) Video:
SINOPSE CRÍTICA (LisyMHLS_2012/2013):
Neste filme, o curador da seção África do Museu Pigorini, Egídio Costa, expõe os critérios do plano da sala de exposição correspondente à amostragem do único acervo africano em museu público de toda a Itália. Essa exposição é constituída por três setores expositivos que se seguem um ao outro, intitulados, respectivamente: “A descoberta da costa ocidental”, “A exploração do interior do Continente”, e, “A descoberta da Arte Negra”.
Poderia parecer evidente a consideração destes “três momentos fundamentais de encontro entre o Ocidente e a África” na conceituação da assim chamada “exposição permanente da seção África”, como já enunciado na apresentação do catálogo comemorativo com que foi inaugurada em 1995 (Africa, Roma, 1995).
Está sobre essa extensa cronologia a grande potencialidade deste Museu, em virtude de seu rico acervo, formado majoritariamente pelo material resultante da de expedições italianas de reconhecimento e exploração do território africano do século XV ao XIX e pelos viajantes ao longo desse período.(FIG. 0)
Seu surgimento, no princípio de um período turbulento do racismo científico na Itália que culmina no fascismo, não esmoreceu seu ressurgimento às vésperas da chegada do século XXI. Tornou -se uma instituição que hoje oferece possibilidade de abordar, com riquíssimo acervo de objetos e farta documentação escrita e imagética (desenhos, fotografias, mapas), aspectos importantes da história antiga e moderna da Europa na África além dos problemas de estética e história da arte africana.
3) Link para base de dados institucional online: NÃO DISPONÍVEL
4) Base de dados de pesquisa criada pela equipe do site arteafricana.usp.br: [em construção]
5) Material na web relacionados:
1) “Espiral da história: sobre uma presa de elefante esculpida da costa de Loango, Congo (Brazzaville)”. Cf. em http://africa.si.edu/exhibits/loango/loango.htm, acessado em 17/3/2013.
6) Mídias:
AFRICHE: Tre esploratori abruzzesi: Giovanni Chiarini, Ernesto Cordella, Gaetano Ricciardi. Chieti: Medium, 2001. BASSANI, Ezio. African art and artefacts in European collections (1400-1800). Londres: British Museum, 2000. BASSANI, Ezio; FAGG, William. Africa and the Renaissance art in ivory. Nova York: Center for African Art, Neues Pub, 1988. SOPRINTENDENZA Speciale al Museo Nazionale Preistorico Etnografico "L. Pigorini". Africa: guida alle sale espositive. Roma: Museo Nazionale Preistorico Etnografico "L. Pigorini", 1995.